"565 VOTOS DE DIFERENÇA": Eleições em Caxias revelam divisão e anseio por mudança

42.787 mil caxienses disseram não ao grupo de Fábio Gentil, ou seja, 48,07% da população clama por mudança em Caxias, provando a alta rejeição do cabeludo na cidade. 


Análise sobre a votação

O resultado das eleições em Caxias, MA, no último domingo, revelou uma cidade profundamente dividida. De um lado, estão os eleitores que clamam por mudanças e um novo rumo para o município. Do outro, aqueles que, em sua maioria, têm se beneficiado do sistema atual, que, ao longo de dois mandatos, concentrou poder e recursos públicos em poucas mãos. A administração atual, liderada pela família Gentil, tem sido acusada de utilizar o erário público como ferramenta de controle político e social, especialmente sobre os servidores contratados, que frequentemente sofrem assédio para propagar uma visão otimista da realidade municipal. Entretanto, o cenário está longe de ser satisfatório.

Caxias enfrenta graves problemas estruturais e sociais. Com índices alarmantes de violência, a cidade se destaca como uma das mais violentas do país, onde quase todos os dias ocorrem homicídios. Além disso, o atendimento na rede de saúde é precário, com a falta de medicamentos sendo uma constante, assim como a ausência de merenda escolar de qualidade. Os problemas se estendem à infraestrutura, com estradas em péssimo estado de conservação, e ao apoio insuficiente para setores essenciais como o esporte e a agricultura. A economia local, por sua vez, depende quase exclusivamente da prefeitura, sendo o funcionalismo público a única fonte regular de circulação de dinheiro no município.

A falta de uma política pública voltada para a atração de investidores e para a geração de emprego e renda fora do setor público é outro ponto crítico. O município não oferece oportunidades para que a economia privada se desenvolva, o que faz com que a população dependa dos contratos temporários oferecidos pela administração local. Esses contratos, segundo os críticos, são usados como armas políticas, transformando-se em uma estratégia para manter o controle sobre a população por meio da oferta de empregos atrelados ao voto, configurando um ciclo de dependência e perpetuação no poder.

A gestão de Fábio Gentil, marcada pela inércia em áreas-chave, também tem sido criticada pela falta de grandes realizações. As principais obras concluídas são praças e projetos iniciados por administrações anteriores, cuja conclusão se deu apenas por pressão popular. Enquanto isso, as principais pastas do governo continuam sob o controle direto da família Gentil, reforçando uma prática patriarcal e centralizadora que limita o desenvolvimento democrático e impede a oxigenação política.

A diferença de apenas 565 votos entre o candidato da situação e seu principal adversário revela dois cenários importantes. Primeiro, a desaprovação popular é evidente, mesmo que a vitória tenha sido conquistada. Em segundo lugar, metade da população demonstra que não está disposta a aceitar os mesmos desmandos dos últimos anos. Embora a mudança não tenha ocorrido nesta eleição, a mensagem é clara: a imposição do poder econômico pode ter adiado o processo, mas o desejo por transformação continua latente. Gentil Neto terá a missão de provar que não é apenas um fantoche de sua família, enquanto a outra metade da população segue cada vez mais segura de que a mudança é apenas questão de tempo.

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