Greve do Semiurbano e voucher para pacientes graves: Brandão resolve, Braide enrola



A diferença entre os modelos de gestão de Carlos Brandão e de Eduardo Braide ficou ainda mais evidente diante da crise no transporte público da Grande Ilha. Enquanto o governador Brandão agiu com rapidez para encerrar a greve dos rodoviários do sistema semiurbano e garantir um subsídio maior sem aumento da tarifa, o prefeito Eduardo Braide apostou em mais uma promessa que até agora não saiu do papel.

Após negociações diretas com os rodoviários e as empresas, Brandão garantiu o fim da paralisação sem prejudicar os usuários. O acordo envolveu um aumento no subsídio do Estado, um reajuste de 7% nos salários dos rodoviários e 10% no ticket de alimentação. Além disso, foi anunciada a renovação da frota do semiurbano e uma fiscalização mais rigorosa para melhorar o serviço prestado à população.

Além disso, para atender pacientes graves da rede estadual de saúde que precisam de transporte imediato, o governo do Estado implantou um voucher diário de R$ 100, destinado a quem faz quimioterapia, hemodiálise e outros tratamentos que não podem ser adiados. A medida foi muito elogiada, pois oferece uma solução prática para quem mais precisa.

"Após muito diálogo, conseguimos encerrar a greve do transporte semiurbano sem reajuste na tarifa ao consumidor. Para isso, garantimos o aumento do subsídio pago pelo Estado, além do acordo que inclui um acréscimo de 7% no salário e 10% no ticket de alimentação dos rodoviários. Vamos dar entrada em uma nova licitação para permitir a participação de novas empresas, garantindo um serviço de mais qualidade e segurança para a população.", Carlos Brandão.

Enquanto Brandão agiu, Braide apareceu quase de madrugada em um vídeo pouco esclarecedor sobre a situação do transporte urbano de São Luís. O prefeito anunciou um edital para cadastro de empresas interessadas em operar transporte via aplicativo para usuários do transporte público, mas até agora nem usuários nem empresas conseguiram se cadastrar.

O site da Prefeitura segue fora do ar, sem informações  sobre o funcionamento do projeto. Segundo a proposta de Braide, cada usuário teria direito a dois vouchers de R$ 30, mas somente se tiver um cartão de transporte público ativo.

Considerando que apenas 300 mil pessoas possuem cartão de transporte, a medida exclui pelo menos 700 mil usuários do sistema, o que torna a solução ineficaz para a maior parte da população.

Outro ponto que gerou revolta foi a decisão da Prefeitura de impedir que os motoristas de aplicativo cobrem tarifa dinâmica durante o uso do benefício. Para os motoristas, essa medida inviabiliza o serviço e desrespeita os trabalhadores que dependem da variação de tarifa para lucrar nos horários de pico.

"Todos os motoristas estavam animados com essa nova modalidade, mas, acredite, nada disso vai acontecer. O prefeito fechou uma parceria com as plataformas para não ter tarifa dinâmica nesse período. Como fica a vida do trabalhador por aplicativo? A gente roda porque paga melhor. Se não pagarem direito, eu não faço."

A reação negativa dos motoristas demonstra que o plano de Braide pode fracassar antes mesmo de ser implementado. Sem motoristas dispostos a aderir, os usuários que precisam de transporte continuarão sem solução.

De um lado, um governador que dialoga, resolve greves sem aumento de tarifa e cria soluções reais para quem mais precisa. Do outro, um prefeito que joga a culpa nos trabalhadores e nas empresas, faz promessas sem estrutura e aposta em marketing para ganhar tempo.

A população já percebeu a diferença. Agora, cabe a cada cidadão escolher o gestor que realmente resolve problemas.

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